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Por que não uso próteses anatômicas.


Os implantes de silicone mamários apresentam várias características que variam em largura, projeção e forma. As formas mais utilizadas são redonda ou esférica, anatômica ou em gota e a cônica. O formato redondo é sem dúvida o mais usado.


Mas por quais motivos não usamos a prótese anatômica em nossas cirurgias?


Quando pergunto o que a paciente não gosta na sua mama, além do volume pequeno, a reposta é quase sempre a mesma, a ausência de colo. A maioria esmagadora das pacientes deseja um colo mamário mais definido, mesmo aquelas que buscam resultado natural. Como os implantes anatômicos e em gota foram desenvolvidos para evitar o aspecto arredondado do colo mamário, a maioria das pacientes já descarta, de imediato, o uso dessas próteses.


Alguns trabalhos científicos tem mostrado que as próteses anatômicas perdem um pouco de seu formato original após cerca de 2 anos, pela ação dinâmica da musculatura e movimentação do peitoral e braços. Desse modo, o possível benefício de ter um implante com formato anatômico duraria por cerca de dois anos.


A prótese em gota, por ser assimétrica, com a parte inferior mais volumosa, é mais susceptível a produzir diferenças entre as mamas, caso haja qualquer pequena rotação na prótese no pós-operatório, o que não acontece nas esféricas, já que são simétricas, não importando se girarem um pouco.


Mas então porque existem próteses anatômicas ainda?


Em minha opinião existem 2 indicações específicas. A 1ª é a reconstrução mamária, onde elas fornecem um formato final mais adequado. A 2ª são aquelas pacientes que apresentam uma distância entre o mamilo e o sulco mamário muito curta (letra B na imagem abaixo) de 4 cm ou menos, muito menor do que a distância da parte superior da mama até o mamilo (letra A). Entretanto, o fato da prótese anatômica não projetar muito o colo fala contra ela e mesmo nessas pacientes ainda é possível ter ótimos resultados usando a prótese redonda, que promove maior projeção do colo.


 

Referências: Tavares-Filho JM, Franco D, Franco T. Implante mamário redondo versus anatômico: algoritmo para escolha da forma adequada. Rev. Bras. Cir. Plást.2015;30(3):413-422





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